segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Quando eu chegar em casa

Quero ir pra casa
Lá onde o corpo descansa
Onde eu me encontro
E a paz me alcança

Quero vasculhar cada canto
E me demorar
Pelo cômodo
Que mais me agradar

Atrás de cada porta
Um aconchego
Um cheiro familiar
Que eu nunca senti

A cada pausa, uma palavra
E uma vontade
De não dizer mais nada
Sobre o que vivi

Quando eu chegar
Não haverá tempo sobrando
Só um silêncio calmo
E o vento soprando

Só um carinho na alma
Um sossego
Um suspiro
E uma chama

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Agora é diferente

Quando você pensa que já viu de tudo, vem mais um dia, e sua concepção de todo é tão efêmera quanto aquela faixa repetindo por dias no som do seu carro, até que você enjoe; ou quanto a cor daquele batom indefectível na sua boca perto de outra boca. Sua vida, sua loucura, sua entrega, seu distanciamento, seu prazer, seu sorriso, te expõem e te confessam. Te vejo de marrom, mas você queria mesmo estar vestindo a minha cor, por mais que meu tom não te cai bem. Tudo o que estava aqui há um minuto, agora é diferente, e pode ser bonito, ainda que estranho, pode ser útil, um caminho, um possível destino. Regressar à origem é caminhar eternamente, sempre distante. É ver as mesmas coisas sempre diferentes, vislumbrar sonhos ultrapassados com um novo olhar. É um desencontro. De que vale uma certeza que não convém, se a gente vive sem...