quarta-feira, 15 de maio de 2013

Enrolado numa fita

É olhar para o céu e tudo parece bem. É uma cor que impressiona os olhos e acalma o coração. É um fim de tarde típico, uma espera. E é nos desenhos pichados no infinito, cor-de-algodão-doce, que descanso o olhar até que a luz se esvaia por completo e a escuridão se aconchegue no colo da noite. É o cenário do meu jogo sádico, porque algo tem que ser bonito aqui dentro. É o que absorvo de leve e imprimo de limpo em meio à escória do extrato de tudo o que sinto. Como pode ser tão bom, e tão sujo? Encerrado numa caixa de papel pardo, enrolado numa fita cujo nó não pode ser desatado... Tão corrosivo! Deixei meu juízo no entardecer, distraído. Ele me contou que era amarelo o poente, escorrendo doce entre a explosão de cores que envolve o meu presente. Porque o passado não cabe mais em mim e o futuro não me pertence. O que quer que eu faça, aonde quer que eu vá, me engole, me abraça, e me engole, e me abraça! Eu pedindo baixinho: me desfaça, me repete, me amanheça, me liberte.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Driving at High Speed

Impetuous (bitch)
Anxious (bitch)
Driving at high speed

Do nothing (hands tied)

Say nothing (brain fried)
No matter what you tell me
I silenced you inside

You can't handle anymore

There was a time you had control
But it's too late (you know)

Impulsive (bitch)

Seductive (bitch)
Driving at high speed

Holding myself I feel so fool

I used to get me through
I want it back (I want it back)
How can you be so cruel?

I wanna feel what I heard about

Keep your promise or let me out
By the way, just let me out

Covert (bitch)

Pervert (bitch)
Driving at high speed

I went too far (to stop)

I felt so near (to drop)
I wanna give it to me

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aonde vão meus pés que não meu coração

Às vezes me pergunto aonde vão meus pés que não meu coração, por que esquina vagam meus pensamentos tão outros, tão soltos, que mal se sustentam. Indigentes de si mesmos, batendo à mesma porta, sonegando meu instinto e tudo o que eu sinto. Às vezes eu quero não sentir nada, só pra me opor e te fazer um favor. Mas sou feita sentimento, quão chama que nasce para queimar até a última centelha, e isso ultrapassa qualquer julgamento. Meu reflexo no espelho não me traduz por inteiro. Além de tudo o que vejo, há um mundo a ser explorado, e um desejo. Não me furto ao desapego e à toda sorte consequente. Não nasci pra ser raiz, mas folhas ao vento, porque várias sou em direções diferentes. Se tentar me parar, vou te atravessar e te fazer em pedaços. Não rotule o que eu faço, nem tente me entender, apenas me deixe ser... Me deixe... ser.