sexta-feira, 5 de julho de 2013

No deserto da minha alma

Esse silêncio que faz quando você sai... Esses tantos olhares ávidos fitando o que ficou pra trás. A confusão que impera em meio a um eco mudo de gritos dissonantes. Minha voz como um baque surdo, como um alerta que urge querer consertar o que lhe parece intacto. Um soluço anônimo, um impulso despretensioso, uma nova tentativa, e então outra. Uma sequência cíclica de ritos viciados, um apego demasiado. Mas a que? Adormeço meu pranto e sonho que era só sonho, e no dia seguinte me sinto confortada por alguns instantes da paz dormida, e depois acordada. Esse silêncio que faz quando você chega... A fuga do confronto maculando minha sanidade, o interstício entre a conveniência e a verdade. Por que insiste em fechar os olhos e me deixar às cegas para morrer numa batalha sem causa? Ou, se não há mesmo nada diante de seus olhos lúcidos, talvez esteja eu sozinha no deserto da minha alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário